quarta-feira, 6 de julho de 2011

Para não dizer que não falei das flores...

Quem leu aqui, se lembra. No fundo está o Globo - universo das particulas - um museu que fica em frente ao Cern. Vale uma visita.


No meio do caminho...


domingo, 3 de julho de 2011

Em Frankfurt

Eu confesso ter medo de alemães. Pode ser preconceito histórico, ou outra coisa, mas a falta de vogais não os torna dos povos mais receptivos. Por isso, desde que eu soube que faria escala em Frankfurt fiquei apavorada.

No avião, eu ensaiava as respostas que daria ao guarda da imigração. Desta vez não poderia me equivocar, como da outra... Afinal, era a polícia alemã. “Vou fazer um curso em Genebra”. “Sim, tenho seguro de viagem. Não sou idiota. Claro” “Sim tenho dinheiro suficiente para ficar”. “Não, não quero viver aqui, tenho emprego e família no Brasil”.

Desembarcamos e eu tinha 40 minutos para pegar o voo para Genebra. A possibilidade de ficar presa ali fez com eu eu fizesse tudo super rápido e logo cheguei a imigração.

- Passport. Where are you going?

- Geneve.

- For how long?

- Three weeks.

- Have a nice trip.

Simples assim. Mas ainda faltava o embarque. O aeroporto não estava cheio e eu esperei tranquilamente na fila. Quando a funcionária, gentilmente, cedeu a minha vez para uma alemazinha que estava atrás de mim. Isso mesmo, sem o menor pudor. Não, ela não estava grávida. Não ela não tinha 80 anos, muito menos segurava uma criança de colo. Ela era simplesmente mais loira. Eu sabia! Os alemães são terriíveis! Eu sabia!
Chegou a minha vez:
- Do you speak english?

- Yes

- Are you american?

- No brasilian.

-Ah – com um sorriso no rosto – Bom dia! (por favor, não me fale de futebol. Por favor, não diga Pelé! Ronaldinho!) E eu abri a mochila, tirei o computador. Cables? Tirei os cabos. E foi exatamente nesse momento. O homem começou a apontar as caixas.

- Do I need another box? – perguntei.

- How do you say it?

- Outra caixa?

- Otra caja – repetiu o sorridente guarda. Eu ignorei o espanhol e ele começou a apontar. E eu fui tirando tudo que ele pedia e repetindo em português.

- Relógio.

- Elôgo? logio?

- Não. Re. Relógio.

E assim foi. Óculos, casaco. Anel, pente. Tenis. E eu tirei tudo e coloquei na outra caixa. Foi quando ele disse:

- No, you don´t need to do this. I only wanted to know how to say this words in portuguese.

O universo só pode estar de brincadeira comigo. De todos os trilhões de alemães, eu fui encontrar o único piadista.

Ah! E Genebra pode ser ainda mais encatadora no verão...