domingo, 18 de setembro de 2011

Para minha irmã


São Paulo, 18 de setembro de 2011

Tchu,
Agora somos só você e eu. Claro, a gente tem ainda um monte de gente querida, por perto. Mas quando acaba o dia e a luz apaga (e eu durmo e você acorda…), somos somente você e eu.

E eu vou cuidar de você. Talvez devesse ter feito isso antes, ou mais vezes, mas não importa. Agora que comecei, não vou parar. Por mais que você esperneie, grite ou reclame.
Porque eu sou sua irmã mais velha e em todas as minhas lembranças você está lá. Por que você acha que chupa dedo? O que seriam das aulas de teatro sem “matei o rei, serei a besta”? Quem iria atropelar as praças da USP?

O que quero dizer é que gosto muito de você e que toda vez que achar que você está fazendo alguma coisa de errado, ou que não está fazendo o que deveria, vou me meter. T-O-D-A-S  A-S V-E-Z-E-S. Na maior parte das vezes você vai discordar, dizer que eu estou enganada e que não devo cuidar da sua vida. E, em algumas vezes, eu vou mesmo me enganar: sem ela é muito difícil saber o que é certo e o que é errado, não? Mas aviso: não vou parar. Por você, vou matar todos os reis e todas as bestas que estiverem no seu caminho. Porque você faz isso por mim desde que nasceu.

te amo,
analu


A minha irmã não é diferente de nenhuma irmã mais nova: insiste em não me obedecer escutar. Por isso escrevi essa carta para ela, quem sabe agora ela escuta. E assim, fica mais fácil de republicar, todas as vezes que ela esquecer que é a pessoa mais importante da minha vida.