terça-feira, 25 de novembro de 2008

De volta aos seis

O meu aquário não está assim, funcionando muito bem... Pois é, um aparelho fundamental faz microbolhas e um barulho um pouco insistente. Voltei à loja para resolver o assunto. Marcamos uma visita, eles virão arrumar o aquário.

- Eu queria tanto que o aquário ficasse bom, já tem um monte de estrelas-do-mar, e elas estão crescendo!
- É, no meu aquário também tem, e o mais legal que elas desaparecem de repente.
- Como assim, somem?
- É tem um dia que elas não estarão mais lá. E depois elas voltam.
- Mas eu não quero que elas sumam.... O que eu faço para elas ficarem? Será que não tem uma comida especial?
- Não, elas vão sumir.
- Ah, mais isso não é nada legal...

E então eu percebi uma paradinha na conversa, ele respirou e olhou para mim com uma cara que eu já reconheço.

- Não, não é que elas somem, elas se escondem e você não vê. Mas elas estão lá.

Ai meu Deus do céu. Por que toda vez que eu falo desse aquário esqueço que tenho trinta anos?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da série diálogos com a minha mãe.

As duas em frente ao aquário

- Mãe, eu vou cutucar e você vê se ela se mexe. E aí?
- Nada.
- Eu acho que ela morreu... Mãe, e se todas morrerem?
- Ana Luiza, não dá para você ficar sofrendo cada vez que uma perninha morrer!

Mesmo?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Na sala de professores

5a feira a tarde.

- Durval, acho que a minha anêmona morreu, ela está tão esquisitinha...
- Cutuca ela e veja se ela reage, porque se ela tiver morrido mesmo é melhor tirar do aquário.

Cheguei em casa direto no aquário. E se ela ficasse paradona? Como eu teria certeza de que ela estava realmente morta? Encostei nela bem de mansinho, com o coração na mão. E ela se encolheu toda. Ufa!

3a feira de manhã.

- Cutuquei. E ela se mexeu! Mas ela continua esquisitinha...
- É, Analu, esses bichos não morrem assim, de uma hora para outra, vão morrendo devagarzinho. Sua anêmona está morrendo.
- Morrendo? - eu, com a cara mais triste do mundo - Mesmo? Ai, mas eu não posso fazer nada?

Foi então que ele começou a contar uma história da filhinha dele que tinha plantado um pé de feijão na escola e um dia esqueceu de regar.

- E aí, quando ela percebeu que o feijão tinha morrido, foi aquela choradeira.

E quase, quase, quase eu comecei a me defender dizendo que JAMAIS iria esquecer de cuidar dos meus bichos, que aquilo não iria acontecer comigo. Mas, por um momento eu percebi que estava sendo comparada com uma garotinha de seis anos e, por sorte, meus instantes de bom senso me pouparam de uma humilhação ainda maior.

Cheguei em casa e fui olhar a minha anêmona. E ela estava lá, esquisitinha. Mas hoje eu resolvi não cutucá-la.

domingo, 9 de novembro de 2008

Para olhos atentos

Passar horas na frente do aquário se tornou uma grande diversão. O incrível é que podemos ficar dias vendo nada, somente rochas e água.

Mas, por alguns segundos, a natureza colabora e são esses instantes que fazem a espera toda valer a pena.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Entre pombos e pragas - o segundo pesadelo

Outra noite sonhei que meu banheiro tinha sido tomado por praguinhas do aquário. Praguinhas agora que acordei, porque no meu sonho elas eram horríveis e nojentas. Tinham ocupado meu banheiro. Sim, meu banheiro, branco, lindo, lindo, lindo. Para cada pastilha da parede, uma praga. Nos vãos da janela, pragas. No vidro do box, elas estavam lá. Até a torneira da pia estava coberta por elas.

E vocês sabem o que eu pensei nesse meu sonho-pesadelo? “Como será que eu faço para recuperar o meu banheiro sem acabar com elas?” Sem acabar com elas!!!!! Justo eu que sou tão pouco amigável. Justo eu, que adoro a cidade e toda a sua esterilidade. Não sou uma defensora dos animais. Não gosto nem de gatos, arranco todas as ervas daninhas dos vasos. Expulsei as pombas da minha janela. E agora, sonhava em criar pragas no meu jardim! Só porque elas tinham nascido no aquário.

Não bastasse bater a cabeça, agora vem esse aquário acabar com a minha personalidade.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

E ela estava lá.


Parada do vidro. Uma aranha? Uma estrela-do-mar anorética? Eu não fazia a menor idéia, mas estava absolutamente hipnotizada pelos seus movimentos. A sua perna fininha se movia pela água e vários minutos se passaram até que a Fê chegasse ansiosa pelo futebol.

Subimos e eu toda animada: tem um bicho novo no aquário.
- É um ofiuróide.
- Hein?
- Da família da estrela do mar.
- Ufa. – fiquei bem mais animada com um ofiuróide do que com a possibilidade de uma nova praga.

- Olha, lá Fe, é tão bonitinha...
- E agora ela ta nadando.

E, de repente, blurp. A quase estrela-do-mar foi parar no filtro do aquário. E nasceu no nome desse blog.