domingo, 22 de julho de 2012

São, são paulos.


Entre PMs, trânsito alagamento, nos esquecemos, ou preferimos não olhar para a cidade. Parece que vale, o que os olhos não vêem o coração não sente. O problema é que, pelo menos nesse caso, isso não é verdade. E quanto menos olhamos para fora, quanto menos percebemos a cidade, mais ficamos isolados. É isso que deixa o coração cinza.
Por isso sempre é bom sair desse lugar. Se comportar como turista na capital paulista para lembrar que São Paulo é uma cidade bonita.



Em ano de eleição, pode nos ajudar a tomar decisões mais acertadas. E que vale a pena cuidar e ocupar essa cidade.

Masp
Parque Trianon
Avenida Paulista

Casa das Rosas
Na última quarta-feira de cinzas resolvi experimentar uma cidade diferente. Andei pela Paulista acompanhada de um audioguia (que pode ser encontrado aqui). E foi incrível olhar a cidade com um novo olhar. Perceber o verde que ainda existe, olhar as formas, as cores, e as pessoas da cidade. Recomendo o passeio, que começa no conjunto nacional e termina na Casa das Rosas. O trajeto dura cerca de uma hora, caminhando devagar.




Nessa perspectiva, resolvi aproveitar o final das férias e re-encontrar o centro. Nunca tinha ido na Estação da Luz. Aproveitei esse desvio da minha personalidade e fiz o pacote: estação-parque da luz-museu da língua portuguesa. Tudo isso só de tarde.Você pode inserir nesse roteiro a Pinacoteca, que é pertinho e certamente vale a visita.
O parque é realmente bonito. E tem um aquário para visitas.

Parque da Luz
 


Estação da Luz e entrada do museu
Jorge Amado
Mais Jorge























Faça as pazes com o cinza você também:




Museu de arte de São Paulo
Avenida Paulista, 1578 - São Paulo - SP
Telefone (55 - 11) 3251-5644 / Fax (55 - 11) 3284-0574
Próximo à estação do metrô Trianon-MASP
De terça a domingo: das 11h às 18h (bilheteria aberta até 17h30)
Ingressos: o ingresso integral custa R$15,00 e dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da visita.


Casa das Rosas
Av. Paulista, 37
De terça-feira a sábado, das 10 às 22 horas; domingos e feriados, das 10h às 18h
(passível de alteração, de acordo com a programação).
Tel.: (11) 3285-6986 / (11) 3288-9447


Parque da Luz
Rua Ribeiro de Lima, 99 / Praça da Luz, s/n - Bom Retiro - tel:11 3227-3545
De terça a domingo, das 9h às 18h
obs: o parque abre às 5h para atividades físicas


Museu da Lingua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº
Centro - São Paulo - SP
(11) 3326-0775
De terça a domingo, das 10h às 18h. (bilheteria aberta até 17h00)
Ingressos: R$ 6,00
(Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada. Professores da rede pública com holerite e RG, crianças até 10 anos e adultos a partir de 60 anos não pagam ingresso. Aos sábados, a visitação ao museu é gratuita.)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Antes que os céus caiam sobre nossas cabeças

Foram 12 dias de viagem sem nenhum acontecimento extravagante. Quer dizer, eu tinha escolhido entender os dois sapatos destruidos apenas como "coincidência"... Mas, ultimamente os céus têm me mandado avisos. E eu não deveria ter ignorado este: nínguem deve sair de casa sem sapatos.

E depois de combustível errado em Portugal, briga no aeroporto em Madri, correr atrás de ladrão em Genebra, levar murro de argentina, 2011 seria só uma prévia. O melhor ainda estava por vir. E a viagem para a Itália não seria monótona...

Chegamos em Campobasso, que fica na região de Molise, meio centro-sul da Itália. Tudo certo para irmos até a cidade da vó, Colle d'anchisce. Gps a postos e muitos casacos porque fazia frio, frio, muito frio.

Eram 16 km até a cidadezinha da vó, que fica no alto de uma montanha. A temperatura caia a cada quilômetro, 11°C, 7°C. 3°C, chegamos. O lugar era lindo! 1°C.

Acabou? Era isso? Vamos voltar? É por essa estrada mesmo? O gps está certo?

Continuamos um pouco e a estrada começou a ficar um pouco sinistra. Mais sinistra. P-a-v-o-r-o-s-a. Era impossível fazer retorno: barranco de um lado e despenhadeiro do outro.

Então começou a chover. Mas estava frio, frio, muito frio. Peraí. Aquilo não era chuva: ESTAVA NEVANDO! Ok. Sem pânico. O gps ainda estava funcionando. Até que veio aquela maldita voz: “assim que possivel faça retorno". COMO?! Ela não estava vendo que era impossível fazer retorno? Ela viu. E de repente éramos um pontinho num mapa amarelo sem estrada. Estávamos no meio do nada. No frio, na neve, no despenhadeiro sem mapa nem gps, nem nada tinha na estrada. Agora sim: vamos morrer.

Como não tínhamos opção, seguimos, buraco por buraco até chegar na estrada. Pelo menos a neve tinha parado.

Ufa! Estávamos salvos! Mas... Era isso mesmo? O pneu estava furado. Encosta. Desce, tira o macaco, o estepe, chave de boca, chave de roda e... começa nevar de novo...

Foi assim que eu vi nevar pela primeira vez. E mesmo com a mão cheia de graxa, no meio de uma estrada perdida pela Itália não foi possível não me emocionar.
Em cinco minutos estava tudo branco...