segunda-feira, 12 de julho de 2010

Feito giz

Estava em um bar com um amigo jornalista que tinha sido fotógrafo do Notícias Populares. Na mesa, outros amigos dele, cada um com a sua profissão. Chegou a minha vez:

- Professora.

Para o meu espanto, a mesa parou. Silêncio. Eu sempre achei que ser professora era dessas profissões consideradas sem graça, de quem tinha “caído ali”. Não para mim, que escolho ser professora todos os dias.

- Mas você não tem medo? – perguntou um deles, surpreso pela minha resposta.

Eu juro que achei aquela cena a mais estranha possível que poderia acontecer. Como assim? Medo? Sério? Por um instante achei que ele falava com o meu amigo, o tal fotógrafo do Notícias Populares. Aí sim, aquela pergunta faria sentido. Até esperei que ele respondesse. Mas não, o espanto era dirigido a mim. E o rapaz completou:

- Medo, dos alunos. 

Nunca, nunca, nunca tinha achado a minha profissão perigosa. Poderia escolher vários adjetivos. Mas perigosa, realmente não estava na minha lista.

Até aquele dia. Hoje, recebi essa notícia por email, sobre a violência nas escolas do Rio. Depois, jantando em um restaurante, acompanhei o Fantástico (ok, ok…) com uma reportagem sobre a falta de professores nas escolas brasileiras. Claro, as duas histórias certamente estão relacionadas, o fato dos professores não serem reconhecidos reflete em como a sociedade os trata. 

Terminei o domingo um pouco mais triste. É duro saber que nem todos podem ter o mesmo prazer que e tenho ao entrar em uma sala de aula. Em ano de eleição, certamente é um aspecto que devemos levar em consideração.

2 comentários:

P&I disse...

serio q não tem medo? Mesmo dando aula no Equipe? haha brincadeiriinha Analu!

analu disse...

Ai, Fe.
Que saudades!!! Soube que você apareceu na escola... Volte, ou vamos marcar um café para falar da vida...

(e eu adoro o Equipe...)