terça-feira, 2 de junho de 2009

Das profissões que não deveríamos ter

Até hoje eu brinco de "o que você quer ser quando crescer". Tá bom, não sou criança, e já tenho profissão, duas até, se quiser contar diplomas. Mas gosto dessa idéia de poder pensar que a qualquer momento tenho a chance de ser outra pessoa. Porque eu realmente acredito que somos, em parte, definidos por aquilo que fazemos.

Já quis ser poeta, bailarina, fotógrafa. Mas, nas minhas brincadeiras estão fora todas as profissões relacionadas à saúde. Nunca, nunca, nunca quis ser médica. Nem enfermeira, nem mesmo psicóloga (ou pessecóloga, para alguns...). Nunca.

Ontem, chegando a escola, vi um acidente de moto. Uma moto, dois passageiros. Cairam, assim, como diria a minha vó "de maduros", então não foi nenhum acidente muito feio. Mas só estava eu na rua, então fui ajudar os acidentados. Eles pareciam bem, não tinham batido a cabeça (aprendi com a minha mãe: sempre verifique se bateu a cabeça, o resto é... resto). Ofereci uma água. "Vamos até a escola, é ali ó". Fomos.

Eles ficaram na porta, com a moto. Entrei na escola. Oi, um copo. Brigada. Voltei. Eram dois e eu tinha levado um copo. De novo na escola. Oi, outro copo. Brigada. De novo à porta. Um deles sangrava. Escola, secretária. Oi tem antisséticobandeidgaseataduraqualquercoisaqueomoçocaiudemotonaportadaescolaeeunaoseioquefazer? Calma, respira. O que você quer? Não sei. Não sabia mesmo. Queira ter chegado atrasada, não ter visto nada daquilo. Meus olhos encheram da lágrimas e minhas mãos tremiam. Respirei. Eu quero um spray e gases.

Porta, moço com a mão sangrando. Meu deus do céu, porque esse spray não funciona?! Funcionou. Meu deus do céu, porque a minha mão não pára de tremer, como eu vou dar o nó nessa gase? Consegui. Ufa, ufa, ufa. Eles foram embora, e eu agradeci ser professora.

Foi então que eu lembrei, que mesmo sendo professora, de vez em quando tem um engraçadinho que resolve, acidentalmente, arrancar um pedaço do dedo com o estile. Na sua primeira aula. E aí você tem que engolir o choro e segurar a mão.Porque quando isso acontece dá um aperto forte no coração, eu fico sem saber o que fazer. E, então, as vezes eu ainda brinco de "o que você quer ser quando crescer".

2 comentários:

Lídia disse...

hahahahahahahha ou, no caso, uma engracadinha né!
hahah aiii amei o texto! eu aqui tao longe....amo vc analu e vc vai estar sempre na minhas lembrancas de escola, porque afinal foi terrivel ter que fazer uma minicirugia e tomar aquale liquidinho na veia que te apaga ate o transtorno acabar! mas foi legal até! hahaha aaaaah mó saudades cuida bem da minha irma e cuidado que ela apronta tambem viu! haahahah to brincando! ja falei pra ela " pode se acidentar na escola menos na aula de fisica e perto da Ausonia...pra ela nao ter um ataque né...perigoso....
te amo analuizamuitosbeijossecuidaatéavolta!

Unknown disse...

Muito boa a história Ana Lu!
Muito fofa você!
Beijos
Gabriela Barcellos