segunda-feira, 8 de junho de 2009

Eu, meu pijama e a novela

Tenho ido para a cama cedo nos últimos tempos. Trabalho demais, frio demais, disposição de menos. Semana passada não foi diferente, e às nove horas eu já estava na cama. Foi quando de repende, eu ouvi uma música bem baixinha, lá longe e eu não me incomodei. Mas a música foi aumentando. E a minha paciência diminuiu. Xinguei meu vizinho, quem era ele para colocar uma música àquela altura? Praguejei contra a sua felicidade, segunda-feira e aquela alegria? Mas meu mau-humor durou pocou e logo se transformou em pânico. O barulho vinha da minha casa.

Mas essa não é uma história de terror, a minha história é com celular. Um celular, especificamente. Um celular, como muitos outros, quebrado, trocado e esquecido. Pois é, faço parte desse mundo descartável onde trocar de aparelho é mais barato do que consertá-lo. Meu telefone caiu no chão, e a tela de cristal líquido se tornou um painel psicodélico de arte contemporânea. Por algum tempo me diverti com o novo "brinquedo", mas não há espaço para a arte quando falamos em telefonia. Apesar do visor ter ficado mais bacana, com a queda não conseguia dizer quem me ligava, ou ler mensagens, ou mesmo verificar se tinha discado o número correto. E depois de um tempo o celular teve o destido de outros: a caixa dentro do armário. E ficou lá, esquecido.

Mas na segunda-feira passada resolveu voltar a vida e me pregar uma peça. Demorei para perceber que o som vinha do quarto ao lado, de dentro do armário, de dentro de uma caixa com "materiais didáticos", coisinhas que eu insisto em guardar com a esperança de usar em alguma aula.

Passado o pânico, veio a curiosidade. Por que o maldito celular resolvera tocar tanto tempo depois? Seria algum mistério extra-mundano? O "espírito zombeteiro"? Mas como boa física, procurei uma explicação mais sem graça e mais plausível: o celular tinha sido programado para tocar naquele horário.

O problema é que eu não tinha nenhum compromisso para aquele dia. Mas o que teria sido tão importante no ano passado para que eu, com medo do esquecimento, programasse o celular para tanto tempo depois? Fiquei um pouco melancólica com o fracasso do meu planejamento, porque mesmo com alarme, esse dia foi somente eu, meu pijama e a novela.

5 comentários:

Anônimo disse...

Só esta faltando o aparecimento de fantasmas.......ou bruxaS NO ARMARIO

analu disse...

Puxa, fantasmas no armário eu já tenho.

Só no Paraíso que não tem...

Anônimo disse...

No paraiso so existem anjos e querubins....sob o manto de um santo

Unknown disse...

hahhahahhaha, analu, adorei a história, se fosse comigo eu ficar muito curiosa por muito tempo

os comentários do anônimo são os melhores, haahha

analu disse...

Pois é, Julia, confesso que o celular passou a ocupar um lugar de destaque, caso ele resolva se manifestar de novo...

E todos adoramos o anônimo!

Beijo